“Óbidos é um exemplo para o País.” Foi desta forma que o Ministro da Educação falou da Educação no concelho de Óbidos. Nuno Crato falava na inauguração da nova escola básica e secundária Josefa de Óbidos, que inaugurou ontem, 7 de setembro, conjuntamente com Poiares Maduro, ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional.
“Estamos num momento que deve servir de exemplo”, uma escola “que foi bem pensada” e que “está ao serviço da população”, afirmou Nuno Crato, sublinhado que Óbidos “é também exemplo por ter pensado o parque escolar no seu conjunto”, com três complexos escolares e uma escola básica e secundária
”A construção destas novas escolas está a anos-luz daquelas pequenas escolinhas”, frisou o governante, destacando ainda a forma como a Nova Josefa está organizada no que toca aos anos escolares. “Esta escola junta 3.º ciclo e secundário, o que não é muito comum”, explicou, acrescentando que “é assim que deve ser e Óbidos, mais uma vez, esteve à frente”. Com os 12 anos de escolaridade obrigatória, Óbidos junta nos complexos escolares os 6 primeiros anos, sendo a Nova Josefa responsável por lecionar do 7.º ao 12.º ano.
O Ministro da Educação falou ainda do Programa Aproximar a Educação (PAE) cujo objetivo é selecionar um grupo de autarquias que possa começar o projeto de descentralização na área da educação. Diz Nuno Crato que este programa “pretende olhar para esta escola do futuro, que é, cada vez menos, uma escola da 5 de outubro [Ministério da Educação] e deve ser, cada vez mais, das populações locais. “ “Estamos num momento em que podemos mudar”, concluiu o Ministro da Educação.
Uma mudança que o presidente da Câmara Municipal de Óbidos quer que seja uma realidade o mais breve possível. Humberto Marques afirmou que iniciou “este mandato com uma pretensão clara junto do Governo para darmos sequência ao investimento que temos vindo a fazer e em que acreditamos muito”, havendo “mais razões para acreditar que estamos próximos de chegar a um acordo com o Governo para continuarmos este longo caminho de construção da escola do futuro”.
“Apesar de sentirmos que estamos próximos de um acordo, não deixámos de apresentar, já para o próximo ano letivo, um conjunto de novas ofertas educativas”, explicou Humberto Marques, fazendo referência a toda a nova oferta educativa que Óbidos tem este ano, paralelamente ao currículo nacional.
O presidente da Câmara explicou ainda que, desde 2004, foram investidos mais de 25 milhões de euros “no hardware”, ou seja, nas infraestruturas, e 17 milhões de euros no “software”, ou seja, em todos os programas municipais de apoio à Educação. “Fizemos e continuaremos a fazer este investimento conscientes que educar é preparar as futuras gerações para desafios, cujo conteúdo pouco se conhece e padrões de vida diferentes daqueles que vivemos, fomentando uma inteligência emocional e criativa, apostando numa cidadania menos dramática e mais ativa, participada e responsável”, sublinhou Humberto Marques.
José Manuel Nascimento realçou o envolvimento do Município na construção do modelo educativo para o concelho, onde “as pessoas estão no centro”. O presidente da Comissão Administrativa Provisória entende que “a escola tem envolver toda a comunidade”.
Uma ideia partilhada por Telmo Faria, presidente da Assembleia Municipal, que destacou “o investimento forte” que começou a ser feito há 10 anos. “Agora é olhar para a frente, com calma, e fazer o futuro todos os dias”, afirmou o ex-presidente da autarquia, orgulhoso de “ter trazido as pessoas a discutir a Educação”. “Acredito que passaremos a ter mais participação de todos na construção da escola pública”, declarou.
Poiares Maduro também elogiou todo o processo feito em Óbidos e a Nova Josefa. “É uma escola magnífica pelo edifício, mas também por ser uma escola feita por aqueles que a habitam e isso é, em última análise, o mais importante”, declarou o ministro-adjunto, garantindo que este governo “continuará a apostar no capital humano”. “A nossa competitividade depende do nosso capital humano e Portugal tem melhorado muito nessa questão”, explicou o governante, acrescentando que “a prioridade no próximo ciclo de fundos [comunitários] vai mais para as competências, para o investimento na área imaterial”.
A nova escola Josefa de Óbidos, ontem inaugurada, custou quase 7 milhões de euros, dos quais 5,8 milhões financiados pelo QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) e 1,2 milhões pelo Ministério da Educação e demorou cerca de 2 anos a ser construída.