“Devemos envolver mais o poder local na política externa”

27 de setembro

1116

Celeste Afonso defendeu no passado sábado, 27 de setembro, um maior envolvimento do poder local ao nível da política externa. A autarca falava no encerramento dos Seminários de Óbidos, organizados pelo Instituto Português de Relações internacionais (IPRI), que, este ano, foram subordinados ao tema “Os instrumentos da política externa portuguesa”.

A vereadora considera, “tendo em conta a experiência de Óbidos, que podemos e devemos também envolver o poder local” neste processo, “até porque muito se tem feito localmente”. Óbidos “está numa relação privilegiada com um conjunto de atores de vários países, não só ao nível do Turismo, mas em redes económicas, culturais e ao nível da educação”, explica, acrescentando que se está “a trabalhar um currículo que aponta para o local, mas esse é um local «glocal». Pensamos localmente para agir globalmente e ao contrário também.”

Ainda de acordo com Celeste Afonso, este tipo de processos será tanto mais eficaz, quanto maior for a união entre as partes. “É necessário uma coordenação desta política externa”, defende, sublinhado “que há um conjunto de instrumentos, de representações, mas anda cada um per si”, sem uma efetiva interligação. “Nós, localmente, encontramos muitas vezes a forma de concretizar estas políticas e estes instrumentos passam a ser de operacionalização. Tal como noutras áreas, sempre que tivermos localmente grupos verdadeiramente ativos, temos de trabalhar isso e trabalhar em conjunto”.

Recorde-se que os seminários de Óbidos vão na sua 10.ª edição e têm, ao longo dos anos, a trabalhar temas ligados com a política externa portuguesa e as relações internacionais. Este ano foram convidados, entre outros, a europedutada Ana Gomes, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Teresa Patrício Gouveia, ou o embaixador Vasco Valente, para além de vários investigadores nesta área.

Nuno Severiano Teixeira, diretor do IPRI, esclareceu que a edição de 2014 dos cursos de Óbidos tentaram perceber “os grandes desafios que se colocam à política externa de Portugal, mas saber também com o que é que Portugal faz a sua política externa”, acrescentando que esta temática decorre “de um projeto de investigação que está a decorrer na Universidade Nova de Lisboa, que procura estudar, entre 1890 e 2010, 120 anos da nossa história internacional”.

“Quem é esta elite diplomática”, “como funciona a máquina dos Negócios Estrangeiros”, “como evoluiu a rede diplomática portuguesa ao longo destes 120 anos” foram algumas das bases de discussão entre 25 e 27 de setembro, em Óbidos.

Press Release (PDF)