Primeira fase das dragagens da Lagoa de Óbidos arranca em Abril

23 de março

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Está em marcha o processo que permitirá avançar, no próximo ano, com a segunda fase das dragagens da Lagoa de Óbidos. A informação foi avançada, esta segunda-feira, dia 23 de março, pelo secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, que acompanhou uma visita à lagoa, promovida pelos deputados do PSD, eleitos pelo círculo de Leiria.

A visita coincidiu com o início dos trabalhos de retirada de areia da zona da aberta [canal que liga a lagoa ao mar], que voltou a fechar nas últimas semanas devido ao assoreamento, e que contou com o apoio de uma máquina giratória do Município de Óbidos. Os trabalhos terminaram na manhã desta terça-feira, 24 de março, estando o canal outra vez aberto.

Humberto Marques explicou que “em relação ao fecho da aberta, quer o secretário de Estado, quer toda a parte de organização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foram muito diligentes”. O presidente da Câmara Municipal de Óbidos recordou que fez um telefonema a Paulo Lemos “e uma hora depois estava a ser contactado pela APA”, acrescentando que, “no dia a seguir, estavam os técnicos no terreno a fazer a monitorização da qualidade das águas”. “Em poucos dias tomou-se a decisão e temos as máquinas aí a trabalhar”, frisou.

Dragagens em duas fases

O início dos trabalhos da primeira fase das dragagens está apenas dependente do visto do Tribunal de Contas e os responsáveis técnicos acreditam que começarão a trabalhar ainda durante o mês de Abril. A segunda fase avançará até ao final deste ano.

Paulo Lemos afirmou que a primeira fase será seguida por “uma intervenção nas cabeças da Lagoa, que já não é feita há muitos anos, e que todos – técnicos, autarcas, mariscadores, pescadores – consideram essencial”. O governante explicou que o objetivo dos trabalhos é “criar fundos na Lagoa, que possam absorver mais água e, desta forma, possam manter o canal mais fundo e com maior circulação”.

Paulo Lemos referiu que está previsto abrir, no verão, um aviso do novo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) para as lagoas costeiras, no valor de 12 milhões de euros, e que inclui, “obviamente, a Lagoa de Óbidos, a mais importante lagoa costeira que temos”. “Contamos que, abrindo o aviso para o financiamento, o projeto seja depois aprovado e se possa lançar o concurso ainda este ano, ou logo no início do próximo, de modo a que estas intervenções sejam sucessivas, que é o que os técnicos aconselham que seja”, elucidou.

A intervenção, cujo custo ainda não está definido, prevê a retirada de “mais de 700 mil metros cúbicos de areia da lagoa, de uma zona onde não é realizada uma dragagem desta dimensão há mais de 30 anos”.

Manuela Matos, diretora da Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, departamento que integra a Agência Portuguesa do Ambiente, explicou que por se tratar de uma intervenção mais complexa a vários níveis, ainda não é possível avançar com uma previsão do custo desta empreitada. “É uma zona onde existem mais problemas [a parte superior da Lagoa], e que vai demorar mais tempo. Por isso se optou por fazer um trabalho sequencial em vez de ser em simultâneo. De qualquer forma já estamos numa fase avançada”, salientou aquela responsável, acrescentando que “esta semana vão ser abertas as propostas e dentro de pouco tempo poderemos estar a adjudicar”.

Em relação à primeira fase, Manuela Matos esclareceu que vão ser dragados os canais norte, sul e os dois periféricos, precisamente para que a maior circulação de água possa arrastar as areias, impedindo que se acumulem na Lagoa e provoquem o assoreamento. “Vão ser dragados 650 mil metros cúbicos e o valor desta empreitada, que estará concluída, impreterivelmente no final do ano, é cerca de 3,5 milhões de euros”, completou.

Para que estas intervenções decorram da melhor forma, têm havido reuniões com as Câmara Municipais das Caldas da Rainha e Óbidos, no sentido da melhor concertação dos trabalhos e minimização das suas implicações durante a época balnear, período de grande afluência às praias em ambas as margens.

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