Deputados eleitos por Leiria visitam rede de rega das baixas de Óbidos

23 de março

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Um conjunto de deputados do PSD, eleitos pelo distrito de Leiria, estiveram na passada segunda-feira, 23 de março, no concelho de Óbidos, para visitarem os terrenos que vão ser abrangidos pela rede de rega das baixas de Óbidos. Os eleitos quiseram conhecer de perto as principais preocupações dos agricultores, nomeadamente no que diz respeito ao começo da obra, que deverá avançar em breve.

Luís Honorato, presidente da Associação de Regantes das Baixas de Óbidos, explicou aos deputados que, “apesar de a barragem estar construída, não está concluída a rede de rega, que, no fundo, é o principal”. O responsável esclareceu que os pomares existentes há muitos anos na Várzea da Rainha, por exemplo, “foram feitos já a pensar na barragem” e, neste momento, ”não estão a ser aproveitados porque não há água que chegue”. Apesar do processo para arrancar com as obras estar a avançar, os responsáveis pela associação pediram “celeridade”, até porque se está a falar “verdadeiramente de exportação”, que no caso da pera rocha, por exemplo, atinge “mais de 70 por cento”.

Recorde-se que o Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, aprovou, em final de janeiro deste ano, as peças de procedimento para a primeira fase da obra do regadio das baixas de Óbidos (estação elevatória), ou seja, foram aprovados os documentos que estabelecem todas as regras do concurso público. Neste momento, as empresas interessadas em concorrer já tiveram a oportunidade de pedir esclarecimentos sobre o concurso, seguindo-se o período de apreciação de propostas. Este é mais um passo para a realização de uma obra, que, segundo o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Humberto Marques, “é um sonho de mais de três gerações”.

Também a Ministra da Agricultura, aquando da sua visita a Óbidos, em dezembro do ano passado, garantiu que o Governo estava “muito próximo” de “lançar a empreitada” do projeto de regadio das Baixas de Óbidos. O aval para avançar com o investimento de 27 milhões de euros foi dado pela ministra em julho de 2014. Assunção Cristas considerou, na ocasião, o regadio das Baixas de Óbidos “a filigrana das redes de rega” do País.

Integrada no Projeto Hidroagrícola das Baixas de Óbidos, a rede é aguardada desde 1978. O regadio está agregado à construção da Barragem do Arnóia, obra de 6,5 milhões de euros, concluída em 2005, e parada desde então devido aos sucessivos adiamentos na conclusão da rede de rega.

Humberto Marques garantiu que “este investimento representa, em grande medida, a possibilidade dos nossos agricultores aumentarem a sua produtividade e, ao mesmo tempo, reduzirem alguns custos de produção, nomeadamente com energia, que chega a representar cerca 7,5 por cento dos custos”. “Trata-se do aumento do rendimento dos nossos empresários agrícolas”, assegurou o autarca.

A rede de regadio das Baixas de Óbidos foi concebida para irrigar 1.200 hectares de terrenos agrícolas e servir cerca de 3 mil agricultores das freguesias de Santa Maria, São Pedro, Sobral da Lagoa, Amoreira e do Olho Marinho, em Óbidos, e do Pó e da Roliça, no Bombarral.

O projeto será desenvolvido em duas fases, a primeira das quais será a construção de uma estação elevatória que filtrará a água para a rega. Na segunda fase serão construídos 50 quilómetros de tubagem, por onde passarão 5,5 milhões de metros cúbicos de água, que irrigarão 750 hectares de parcelas agrícolas do concelho de Óbidos e 450 hectares do concelho do Bombarral. As obras da segunda fase deverão arrancar no início do próximo ano.

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