Obelisco da Verdade no Mosteiro da Batalha

Texto de Jorge Vitorino

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“Ainda Portugal não é e já os cavaleiros da ordem do templo percorrem o País que ajudarão a criar. Um rei os protege das perseguições, o “plantador de naus a haver”, diz o poeta, o ‘arroio’ que ao mar conduz e ao império.

Outro rei vence a Batalha e fecunda uma aliança, uma geração. O mar que apela, o Infante, “o homem sonha, a obra nasce”, diz o poeta. A cruz do templário, a sua cruz vermelha de linhas curvas, borda o pano enfunado que faz mover as caravelas, fecundando o sonho e a realidade. A verdade.

A História é uma circunstância, um momento que se fixa no símbolo. O pinhal, o vento, o regato, o mar, estes permanecem. A polaridade natureza-símbolo, a coisa verdadeira passada e a existência acompanham o desenvolvimento humano, o autoconhecimento.

O Obelisco representa essa simbiose entre a permanência do mundo natural e a história, que mais não é que o conhecimento de nós próprios; as constantes da natureza (o sol, o vento, a água, o fogo) não necessitam de símbolos; o espírito humano é a quinta-essência que se eleva dos elementos e produz também símbolos da sua efemeridade, tentativa de perenidade.

O Obelisco da Verdade é um exemplo de trabalho colaborativo do conceito Colab.at/Óbidos. Sílvia Rato, uma apaixonada pela História dos Descobrimentos, embora com uma abordagem alternativa, veio com uma amiga trabalhar num projeto à OCA (Obidos Ceramic Academy), com o artista Thomas Schittek. De um projeto inicial, evoluiu para o Obelisco, pelo que este tipo de estrutura representa. Depois chegou a Leonor, com a pureza de desenhar a flor. Depois, por uma ordem universal de encontros sinergéticos, chegou a Cláudia Peralta, do Cencal, para estagiar e, inesperadamente, a Flávia e a Tânia, da Escola Josefa de Óbidos batem à porta e são integradas no projeto. Simplesmente porque queriam participar. Uma história de interligação entre a OCA (Thomas Schittek e Sol Fernandez), Leonor Contente (ESAD), Cláudia Peralta (CENCAL) e Flávia Martins e Tânia Pinto, da Escola Josefa de Óbidos.”

Texto de Jorge Vitorino

Sobre a Oca

A OCA foi fundada pelo artista Thomas Schittek no Espaço Ó, em Óbidos, para promover a azulejaria artística contemporânea, no contexto da tradição nacional desta arte. Pretende formar crianças, jovens e adultos, em contexto educativo ou outro. Ao nível do contexto escolar, abrangerá alunos desde o Jardim de Infância até ao Ensino Superior, integrados em projetos coletivos das escolas. Os alunos poderão desenvolver projetos individuais quando desperto o talento e interesse nesta área de expressão artística.

Visita Guiada

No próximo dia 5 de junho, o diretor do Mosteiro da Batalha vai fazer uma visita guiada ao Monumento, passado pelo claustro principal do Mosteiro, local onde está exposto o Obelisco da Verdade. Thomas Schittek falará sobre esta peça. O ponto de encontro será às 17 horas, junto à entrada do Mosteiro da Batalha.

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