Começa amanhã, 2 de setembro, a partir das 18 horas, uma das primeiras grandes iniciativas do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos 2015: a Residência Literária, com o escritor João Paulo Cuenca. Este projeto pretende desenvolver o património literário sobre Óbidos, bem como promover e apoiar jovens autores de manifesta qualidade e cimentar as pontes literárias e culturais no espaço da Lusofonia. Esta residência decorrerá até 29 de Novembro de 2015, na habitação criativa Josefa de Óbidos, na vila de Óbidos.
João Paulo Cuenca, durante este período, compromete-se a criar uma obra literária com referência a Óbidos, apresentar o seu trabalho literário no FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos e promover, durante o período da residência, a interação literária com a comunidade local. Esta é uma iniciativa que terá a ESAD – Escola Superior de Arte e Design, das Caldas da Rainha, como parceira.
Recorde-se que o FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos 2015 decorre entre 15 e 25 de outubro e será, segundo Humberto Marques, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, “o grande evento do País e o ponto de encontro dos melhores escritores”. Para o autarca, “a Cultura e a Literatura são transversais a todos os setores da sociedade” e, por isso, Óbidos quer ser “o lugar do livro”.
Luis Fernando Veríssimo, Raquel Kushner, Ungalari ba ka Kossa, Reinaldo Moraes, Gonçalo M. Tavares, Mia Couto, Carola Saavedra, Ricardo Araújo Pereira e Pedro Mexia são apenas alguns dos escritores já confirmados no festival.
O programa incluirá ainda música – com António Zambujo e Maira Andrade a cantar Caetano Veloso, por exemplo – teatro – com Gregório Duvivier a fazer stand up poetry, entre muitos outros – cinema, exposições, aulas, maratonas de leitura, iniciativas através das quais, segundo a organização, os artistas celebrarão “o triângulo Portugal – África – Brasil”, sob o mote da “folia”.
O FOLIO tem como curadores José Eduardo Agualusa, na área dos Autores, Anabela Mota Ribeiro, na área da Folia, Teresa Calçada e Maria José Vitorino, na área da Educação, e Mafalda Milhões, na área da Ilustração.
Com um orçamento de cerca de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários, o festival contará com a presença de centenas de escritores e autores de vários países do mundo, com especial enfoque para os que compõem o universo lusófono.
Residência literária – informações adicionais
Biografia João Paulo Cuenca
«J.P. Cuenca nasceu no Rio de Janeiro em 1978. É autor dos romances “Corpo presente” (2003). “O dia Mastroianni” (2007), “O único final feliz para uma história de amor é um acidente” (2010) e “Descobri que estava morto” (2015, no prelo).
Seus livros tiveram os direitos comprados por Estados Unidos, França, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Finlândia, Suécia, Argentina e Romênia.
Entre 2003 e 2010 escreveu crônicas semanais para jornais como Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil e O Globo – algumas delas foram reunidas na antologia “A última madrugada” (2012). Atualmente é colunista da Folha de São Paulo.
Em 2007, foi selecionado pelo Festival de Hay como um dos 39 jovens autores mais destacados da América Latina e em 2012 foi escolhido pela revista britânica Granta como um dos 20 melhores romancistas brasileiros com menos de 40 anos.
Em 2014 escreveu e dirigiu seu primeiro longa-metragem, “A morte de J.P. Cuenca”, com previsão de lançamento no segundo semestre de 2015. O projeto foi escolhido em 2013 para participar do primeiro workshop do Bienalle College – Cinema project, realizado pela Bienal de Veneza e ganhou o edital da Rio Filme no mesmo ano.
Foi autor de um seriado da TV Globo, “Afinal, o que querem as mulheres?” (2010), exibido em rede nacional de TV aberta. Escreveu uma peça de teatro (“Terror”, 2011) e co-dirigiu outra (“Fragmentos, 2011”). Em 2012, co-dirigiu e atuou em “Nada tenho de Meu”, documentário ficcional de 20 episódios baseado numa viagem ao Sudeste Asiático, transmitido pela TV Brasil e pela SIC Portugal.
Trabalhou como curador de projetos editoriais, como “Amores Expressos” (2007) e do Café Literário da Bienal do Livro de Salvador (2013) e de Belo Horizonte (2014).»