O Folio é o maior Festival Literário de Portugal e dos maiores da Europa.
Sobre ele há muitas coisas que já sabemos. Que vêm o Rushdie e o Naipaul, que o Camané vai cantar Jobim pela primeira vez, que as noites vão estar cheias de escritores, poetas, músicos e artistas, palavras e concertos. Que há Repertórios únicos e utópicos, a falar português e outras línguas com e sem sotaque. Que vai haver mais exposições, e aulas, e cinema, e poesia juntas por metro quadrado que em qualquer outro lugar. Que se vai pensar outra vez a Educação e a Literatura da forma mais ampla participada e abrangente; que uma das mais premiadas ilustradoras de todos os tempos também vai cá estar. Que tem cinco capítulos, Autores, Folia, Educa. Ilustra e Mais.
Há tanto que ver.
Mas há outras coisas que ainda ninguém sabe. Que no Folio os dias começam em Lisboa, logo de manhã, na estação do Rossio, dentro de um comboio literário e em Óbidos as noites acabam mais tarde. Que no Folio vai haver livros que se comem, cozinhados por um “Chef” com duas estrelas “Michelin”, e há muito mais livros – novos e traduzidos – e uma feira de livros raros e antigos.
Que há 18 mesas de autor com escritores de todo o mundo. 77 Folias, entre exposições aulas, conversas, palestras, concertos, instalações, leituras, performances e… Ruy Belo. 116 acontecimentos no Folio Mais, que vão da palestra ao bate-papo, da utopia à performance, e propostas e remédios literários, e muito mais.
Que há muita gente a falar de utopias; e utopias a falar com jornalistas; e jornalistas a falar delas. Que este ano no Folio qualquer um pode fazer o seu cartaz do Folio, e há uma aplicação digital para quem visitar o folio poder contactar com todos os que participam.
De 22 de setembro até ao dia 2 de outubro, quando o Presidente da República encerrar as horas do Folio deste ano, muitas vidas se haverão de ter encontrado, muitas palavras trocado, muitos olhares cruzado e muitas alegrias sentido.
O Folio é uma viagem. Que acontece inteira sem ser preciso mudar de lugar.
Por isto é mágica a Vila Literária. Mas ainda há mais… muito mais. E está tudo aqui.
O FOLIO começa no Rossio e, todos os dias, arranca rumo a Óbidos num comboio já repleto de animação a bordo.
E ainda nem dissemos nada.
ALGUNS DESTAQUES
Comboio literário
Com partidas diárias às 10h25 e 17h55, as viagens prometem ser também, por si só, uma extensão do programa do FOLIO. Há poemas e livros a bordo, protagonistas do FOLIO entre os passageiros e já em pleno ambiente do festival que se completa na Vila Literária de Óbidos, de 22 de setembro a 2 de outubro. O regresso a Lisboa, a partir da estação de Óbidos, é também diário às 15h17 e às 00h35. Serão assegurados transferes entre a estação ferroviária e o local do festival.
Os bilhetes custam 9,5 euros ida e volta ou 5 euros para uma só viagem e dão direito a 50 por cento de desconto na compra de bilhetes para o FOLIO, à venda na BOL (Bilheteira online). Com o selo ‘Vá de comboio, não perca este evento’, a CP associa-se, assim, ao festival literário Internacional que terá, em Óbidos, mais de 250 eventos culturais à disposição dos visitantes, entre mesas com autores, concertos, teatro, cinema, aulas, seminários, exposições e wokshops.
Matemática e Literatura
O Centro Internacional de Matemática, a Sociedade Portuguesa de Matemática e o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra associam-se ao FOLIO MAIS de 2016 com um ciclo de iniciativas do qual fazem parte uma exposição, mesas redondas, um debate na Noite Europeia dos Investigadores e um workshop internacional.
O diálogo entre matemática e literatura já vem de longa data. Dante conhecia bem o conceito de número de ouro, já que na Divina Comédia se despede de Virgílio para entrar Beatriz no exacto ponto da razão áurea; sabemos hoje que Camões tinha um conhecimento claro e seguro dos princípios da astronomia, como ela se professava no Séc. XVI, e que o Tratado da Esfera do matemático Pedro Nunes terá sido a principal fonte astronómica dos Lusíadas; o escritor Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas, era também matemático; Marcel Prout usou metáforas matemáticas no Em Busca do Tempo Perdido e nos anos 60 do Séc. XX surgiu em França o Grupo OuLiPo (Ouvroir de Littérature Potentielle), criado por escritores e matemáticos. Entre os exemplos mais emblemáticos produzidos por este grupo encontra-se o livro de sonetos de Raymond Queneau Cent Mille Milliards de Poèmes que, através de uma forma engenhosa de produzir combinações de versos, contém potencialmente o número surpreendente de 10 14 poemas diferentes. O poema Canção do Exílio, escrito em Coimbra em 1843 pelo estudante brasileiro António Gonçalves Dias, é um dos poemas mais populares de todos os tempos já que durante os últimos 173 anos, este texto de cunho romântico-nacionalista tem inspirado milhares de adaptações por escritores de vários países em todas as épocas e géneros literários, e que a matemática aliada a recursos informáticos pode hoje ajudar a estudar de modo integrado.
Na exposição Visualizações da Influência da “Canção do Exílio”, Joshua Enslen trabalha 500 poemas inspirados naquele poema, e uma das leituras visuais propostas é a disposição cronológica num gráfico onde se representa a distância de cada um deles ao poema original. Nas mesas redondas e no workshop internacional iremos conhecer o lado matemático de autores como Proust, Camões, Dostoiévski ou Borges, entre outros, bem como encontrar vestígios matemáticos na tradição oral e escrita. Num debate que integra a programação da Noite Europeia dos Investigadores, com o apoio do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional da Universidade de Lisboa, será abordada a figura e obra de José Anastácio da Cunha enquanto poeta e matemático.
Jornalismo, utopia e …
Não faz sentido celebrar a utopia sem pensar no jornalismo, lugar onde primeiro se fixam as narrativas, e também as utopias, que muitas vezes, mais tarde fizeram parte da história. A secção Folio Mais tem um conjunto de conversas à volta do tema. O título é “Jornalismo, utopia e…” Política, Economia, Sociedade, Desporto, Cultura e a Rádio.
Porque o Folio 2016 quer falar de jornalismo e utopia, em cada uma das áreas editorias, nos locais muitas vezes solitários que são a ponta da caneta, o clicar da tecla, o microfone ou a câmara.
São 6 conversas de meia hora a quarenta minutos sem pausa para café. Um telex, um take, só som e ao vivo. De 26 a 30 de setembro. Na vila literária de Óbidos. Com as utopias de Henrique Monteiro, António José Teixeira, Catarina Carvalho, Rui Hortelão, Nicolau Santos, André Macedo, Paulo Baldaia, João Paulo Baltazar, José Carlos Vasconcelos, Ana Daniela Soares, Francisco José Viegas, Luís Freitas Lobo e Gabriel Alves.
Folio Digital
O Folio 2016 oferece aos seus visitantes uma ferramenta digital que lhes permite acompanhar todos os acontecimentos e gerir a sua agenda pessoal, selecionando o que quer mesmo ver.
Ao inscrever-se, o seu programa de calendário no computador, ou no telefone móvel, passa a ter acesso instantâneo à programação que escolheu bem como a todo o calendário de eventos. O seu telefone também o vai avisar “Que está na hora para ir ver o que escolheu”, atualiza automaticamente a programação em caso de mudanças e permite-lhe, dentro dos prazos estabelecidos e da disponibilidade, comprar os seus bilhetes.
Pode também partilhar com os seus amigos a sua experiência nas redes sociais, trocar mensagens com outros participantes e receber informação por email diariamente.
Para fazer parte do Folio Digital basta registar-se, pode usar o seu perfil do facebook para o fazer ou usar um email e preencher os seus dados.
A porta de entrada para o Folio Digital é em https://folio2016.sched.org/mobile-site.
The cooked Book
O restaurante Vila Jóia faz as malas do Algarve para Óbidos e vem ao Folio. Sabe que a arte também se come e que os sabores são poemas e palavras. Cada prato como uma história, cada chef é um escritor, cada livro cozinhado é uma peça de cultura cr-EAT-ive. O projeto The Cooked Book é uma experiência visual vinda do coração da cozinha duas Estrelas Michelin do Vila Jóia para honrar todos os Chefs do mundo, que diariamente escrevem com comestíveis palavras a história da Gastronomia.
Declarações:
Humberto Marques, presidente da Câmara Municipal de Óbidos
“Estamos perante o início da segunda edição, mas parece que este é um evento com muitos anos. Mas, na verdade, não é. É um dos eventos mais importantes da Europa na dimensão cultural. O Folio atinge o limiar, em 11 dias, naquilo que é possível fazer. Cerca de 250 eventos a decorrer, com uma densidade muito grande. É a festa da Cultura, com mais 140 atores que na edição anterior, e sem repetir participantes. Por Tudo isto, podemos, hoje, assumir que é um dos maiores festivais de cultura da Europa e, nesta edição, com grandes nomes, como Salman Rushdie, Naipaul, Jutta Bauer, ou Juan Pablo Villalobos, entre muitos outros. O FOLIO é onde a literatura é o palco da festa, o palco da Cultura”
Celeste Afonso, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Óbidos
“Na sua 2ª edição, o FOLIO afirma-se como a concretização de um sonho maior, transnacional, tornado realidade: a cultura como um bem essencial acessível a todos. Para isso, contamos com parceiros cada vez mais fortes e consistentes a trazerem ao FOLIO e a OVL uma programação única, com o que de melhor cada um tem. Muito se tem falado (e bem) sobre os autores e artistas, vertentes Folio Autores, Ilustra e Folia, que vêm a Óbidos, mas merece igual atenção a qualidade, heterogeneidade e ambição do FOLIO Mais – onde figura o que de melhor se está a fazer do panorama cultural – e FOLIO Educa, cujo Seminário Internacional é já a referência na área da educação.
O FOLIO 2016 reitera que Óbidos é “Pura Ficção” (tornada realidade)”