A ligação da Vila com as mulheres é longa, repleta de lendas e histórias de princesas mouras e cristãs, rainhas, artistas e mulheres comuns que deixaram um legado interessante e uma aura que se sente no burgo.
Neste Mercado Medieval de Óbidos, que acontece de 13 de Julho a 6 de Agosto, acercamos a condição feminina em tempos da Idade Média.
Ser mulher na sociedade medieval
A sociedade medieval é reconhecida como patriarcal e guerreira, valorizava de forma desmedida a força e a coragem físicas, a audácia, o valor militar, isto é, os atributos considerados tipicamente masculinos e, por isso, subalternizava todos os que com eles se não compendiavam e que, supostamente, eram apanágio das mulheres.
Os homens medievais desconheciam a mulher e, como tal, temiam-na: o seu corpo e as suas reações, tantas vezes incompreensíveis, a sua apregoada malignidade e o seu poder de sedução. Mas dependiam dela para perpetuar as suas linhagens, que se queriam continuadas, sempre, no masculino.
Infelizmente para eles, não havia meio de saber, com certeza, se o novo ser que chegava a casa era, efetivamente, filho daquele que todos consideravam seu pai. Na verdade, é elementar que o único laço parental óbvio é o feminino.
Por outro lado ainda, na sociedade medieval muitos homens eram celibatários, entre clérigos seculares, monges ou freires guerreiros. Para toda esta masculinidade compulsivamente arredada do casamento, a mulher só podia constituir uma tentação muito forte que, consoante os casos, as situações e os temperamentos, urgia alcançar ou esconjurar.
A certeza da malignidade das mulheres foi fazendo caminho nas mentalidades, criando raízes fundas e duradoiras por toda a parte.
Pensadores da antiguidade e medievais contribuíram com variadas teorias para esta certeza da condição feminina, contribuindo para alicerçar e afirmar a submissão da mulher medieval.
São muito comuns as citações de fragmentos de Aristóteles, São Paulo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, juntando-se-lhes a ideia judaica criada em torno da primeira mulher: Eva. Eva passa a projetar a sua faceta de pecadora sobre a existência feminina, embora ela tenha sido criada a partir do homem – e por isto seja parte integral da essência humana – ela representa a sua parte vulnerável, ela é a responsável pela perda do Paraíso.
Só havia uma maneira de agir: submetê-las, controlá-las, cercear-lhes, tanto quanto possível, qualquer poder de iniciativa.
MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS 2017
13 de Julho a 6 de Agosto
5.ª e 6.ª feira: 17h00-01h00
Sábado: 10h00-01h00
Domingo: 10h00-24h00
• Entrada gratuita até aos 11 anos (inclusive)
• Entrada (>12)- € 7,00
• Descontos:
▪ Sábado e Domingo das 10h00 às 16h00 – € 4,00
▪ Trajados à Época (>12) – € 5,00
▪ Munícipe do Concelho de Óbidos – Entrada Gratuita (apresentar C.C. ou B.I. + Cartão Eleitor)
• Serões Medievais* (6ª feiras e Sábados): 3-11 anos – €15,00; >12 anos – €38,00
*Inclui: Entrada no Evento + Traje + Lugar Reservado no Torneio das 19h30 + Ceia Medieval
• Aluguer de Traje (Associação Josefa de Óbidos – Casa do Pelourinho) – €5,00
As bilheteiras encerram:
Porta da Vila – 1h antes do fecho
São Tiago – 30 minutos antes do fecho
Informações adicionais em http://mercadomedievalobidos.pt/
– Cartaz