Começou o FOLIO que, este ano, se dedica às “Revoluções, revoltas e rebeldias”

Até 29 de Outubro

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Esta quinta-feira, dia 19 de Outubro, em dia de luto nacional, o Folio “é uma festa que abre sem festa”, dissa a diretora do certame, Celeste Afonso, lembrando os incêndios do passado domingo e as suas vítimas, que levaram a organização a não fazer uma inauguração formal do festival, este ano dedicado ao tema “Revoluções, revoltas e rebeldias”.

Os fogos foram também evocados pelo artista plástico moçambicano Gonçalo Mabunda, autor de uma coleção de 32 esculturas feitas com despojos da guerra civil de Moçambique, que vai ficar exposta no Museu Abílio de Mattos e Silva, até ao final do ano. “O aceitador do Medo”, título da mostra, “tem tudo a ver com o momento penoso” que a região Centro do País viveu, com a população a ter de fazer “o que faz um aceitador do medo: ou fugir ou enfrentar”. Mabunda, que já viu a sua obra exposta em espaços como o Museum Kunst Palast (Dusseldorf, Alemanha) Hayward Gallery (Londres), Pompidou (Paris), Mori Art Museum (Tóquio) ou a Johannesburg Art Gallery (Joanesburgo, África do Sul), deverá criar uma escultura inédita, em Óbidos, com livros cujo destino seria a guilhotina.

O Folio-Festival Literário Internacional de Óbidos tem este ano uma edição sem tendas, saindo pela primeira vez das muralhas da vila, para ocupar espaços como o antigo quartel dos bombeiros, os armazéns da ex-EPAC e a Praça da Criatividade. “O Folio encontrou o seu caminho, que é este de conviver nesta integração total com a própria vila”, disse a diretora do Festival Literário Internacional de Óbidos, Celeste Afonso, iniciativa cujo programa decorre pela primeira vez também fora das muralhas.

Uma feira do livro, com mais de mil títulos disponíveis no antigo Quartel dos Bombeiros, ou a mostra o “Nascimento de uma Democracia”, que reúne uma coleção de cartazes do 25 de Abril nos antigos Armazéns da EPAC, são algumas das propostas no âmbito da descentralização da programação que, nesta edição, concentra grande parte das mesas de autor na Praça da Criatividade, em frente àqueles edifícios (junto à escultura chamada “mão de Óbidos”).

No primeiro dia do Folio destacou-se ainda a edição de um selo alusivo a Óbidos, Cidade Criativa da UNESCO, o primeiro de uma coleção que, segundo os CTT, abrangerá também Idanha-a-Nova, já que ambas fazem parte desta rede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a primeira no campo da literatura, a segunda, no da música.

O FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, acontece até 29 de Outubro e é sobre Revoluções, Revoltas e Rebeldias. Na III edição do festival há, como sempre, concertos inéditos, exposições únicas e conversas com autores. Mas há muito mais.  Há uma programação construída na Vila Literária por uma das mais abrangentes parcerias que agentes culturais fizeram até hoje em Portugal. Mais que livros e escritores também há espiões, mostras gastronómicas e vínicas, aulas e filmes, e muitas outras surpresas que só poderá testemunhar estando presente nos 11 dias da maior festa literária da Península Ibérica. O Folio conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República.

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