Humberto Marques, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, disse, esta quarta-feira, dia 24 de Janeiro, que a “Rede de Rega das Baixas de Óbidos está em condições para começar a funcionar em Setembro deste ano, nomeadamente, o bloco de Óbidos”.
Foi durante uma visita à obra, que contou, entre outras, com as presenças de José Diogo Albuquerque e Amândio Torres, ex-secretários de Estado que, enquanto governantes, negociaram fundos para a execução da Rede, num investimento de 28 milhões de euros.
A obra, que começou a ser projetada em 1977, irá servir cerca de 900 agricultores, das freguesias da Amoreira, Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa, Vau, Olho Marinho, Gaeiras, no concelho de Óbidos, e do Pó e da Roliça, no concelho do Bombarral.
Ainda segundo o autarca, em Setembro, estarão “prontos a funcionar as condutas e os hidrantes, bem como a estação elevatória e o título habilitante da utilização da água em relação ao qual só falta uma vistoria ao talude”, após o que será possível “abrir as torneiras e começar a regar”.
A rede, com mais de 50 quilómetros de regadio, representa um investimento de 28 milhões de euros, dos quais 22,2 milhões comparticipados pelo Programa de Desenvolvimento Regional (PRODER).
A obra desenvolveu-se em duas fases, a primeira das quais a construção de uma estação elevatória que filtrará a água para a rega, e que se encontra já em construção, seguindo-se a construção de 50 quilómetros de tubagem, por onde passarão 5,5 milhões de metros cúbicos de água, que irrigarão 750 hectares de parcelas agrícolas do concelho de Óbidos e 450 hectares do concelho do Bombarral.
Com o bloco de Óbidos, prestes a ser concluído, seguir-se-á o bloco da Amoreira, atualmente em “fase de análise de propostas”, estimando Humberto Marques que, “em meados deste ano, se esteja em condições de fazer a consignação da obra”, que só em 2019 estará pronta a regar.
A entrada em funcionamento da rede vai fazer “mais do que uma duplicação da capacidade produtiva dos terrenos”, disse o autarca, acrescentando que “um terreno hoje que não é regado, e que em média produz cerca de 12 toneladas por hectare, com rega facilmente vai acima das 30 toneladas”. A expetativa de Humberto Marques é que o regadio traga para os agricultores um crescimento de ganhos “na ordem dos 50 a 60 por cento”.
Beneficiando, sobretudo, pomares e culturas hortícolas, a rede poderá resultar “numa diversificação de culturas”, especialmente em “nichos de mercado que podem ir do figo da Índia, romã”, ou até “no setor da vinha, mais ligado a conceitos culturais e de ligação ao turismo e outros setores da atividade económica”, adiantou o presidente da Câmara Municipal de Óbidos.
Durante a visita, inserida no âmbito das comemorações do Feriado Municipal, José Diogo Albuquerque e Amândio Torres, enalteceram as vantagens do regadio. “Um campo aberto para as necessidades do mercado e para imaginação dos seus agricultores. É um sonho com os pés na Terra”, afirmou Amândio Torres. Já para José Diogo, “Portugal esteve muito tempo atrasado na expansão da rega e, daí, este exemplo de Óbidos, com todas as dificuldades que enfrentou, é um passo muito importante”.