O mundo enfrenta uma batalha sem precedentes no ano 2020. Encerram-se as casas, fecham-se as bancas, guardam-se as bandeiras, afastam-se as gentes. A um inimigo comum, que ataca invisível, ninguém pode ficar indiferente. Do alto elevam-se vozes que, com sabedoria, pedem o fim de ajuntamentos e mais medidas de proteção.
É do foro geral que o Mercado Medieval de Óbidos é uma festa que é do povo, e que nos une, essencialmente, o espírito da irmandade, o sentido de pertença, a coesão dos seus consortes e o deslumbre dos que nos visitam e que vivem o calor do abraço, o ritmo da dança a várias mãos, a partilha da mesa na hora do manjar e o aconchego da alma no final de um dia cheio de tanta confraternização. Este é o coração desta celebração, aquilo que a torna um acontecimento sem igual.
Neste cenário, em que a saúde é prioritária e que lutamos diariamente para manter longe do nosso contacto este adversário (o que nos obriga a estar longe uns dos outros), não faz sentido prosseguir com a nossa missão, para o bem de todos.
Assim, é hora de fechar os portões, preparar armas e manter cada soldado em sentinela, para que possamos regressar à festa mais fortes do que nunca. O Mercado Medieval de Óbidos voltará só em 2021.
Agradecemos a todos os que connosco celebram o Mercado Medieval de Óbidos: aos que de terras além nos prestam a honra da sua visita; aos músicos, malabaristas, cavaleiros, damas, homens de armas, taberneiros, donzelas, bobos da corte, carrascos, meretrizes, costureiras do reino, alquimistas, aguadeiros e plebeus, que são a alma desta festa; e aos que connosco embarcam neste desafio todos os anos, os parceiros, os fornecedores e toda equipa de Óbidos.
Mantenham-se seguros, sigam as recomendações das autoridades, hoje e sempre.
Óbidos muy nobre e sempre leal, estará convosco e à vossa espera.