Foi aprovado por unanimidade, na última reunião de Câmara, sexta-feira passada, dia 15 de Maio, o pedido de um empréstimo bancário de curto prazo, no valor de 500 mil euros, para fazer face aos constrangimentos provocados pela pandemia de COVID-19. Dinheiro que servirá, em parte, para reduzir os prazos de pagamento aos fornecedores do Município e, ao mesmo tempo, para fazer face às medidas de apoio social implementadas no terreno para famílias e empresas. Até à data, já foram gastos, de forma directa, cerca de 125 mil euros, nomeadamente 70 mil euros em equipamento informático para alunos do concelho e 30 mil para os vales alimentares de apoio a famílias.
O presidente da Câmara Municipal de Óbidos justifica “este pedido excepcional de empréstimo porque vivemos um tempo também ele excepcional”, acrescentando se estima “que o apoio às famílias e empresas signifique uma quebra de receita municipal na ordem dos 1,5 milhões de euros”. Humberto Marques enaltece a votação por unanimidade, sublinhando que “num tempo de pandemia, temos de colocar de parte as nossas diferenças e pensar, todos juntos, na população”. “Apesar da situação financeira do Município de Óbidos ser bastante estável, sabemos que haverá impacto directo negativo na arrecadação de receita nos próximos meses, por isso, torna-se impraticável que a tesouraria do Município consiga responder às necessidades urgentes de liquidação da dívida de curto prazo a fornecedores”, esclareceu Humberto Marques.
“Fizemos este empréstimo de curto prazo, que pagaremos até ao final do ano, para reduzir rapidamente o prazo médio de pagamento aos nossos fornecedores e para operacionalizar todas as medidas sociais para os nossos munícipes”, justifica o autarca, explicando que “como o volume da receita do Município não é igual ao longo de todo o ano económico, fizemos uma consulta de mercado para obtenção das melhores condições para a contratação deste empréstimo, tendo em vista a melhoria das condições actuais de tesouraria, de modo a permitir proceder ao pagamento de despesas inadiáveis associadas directa e indirectamente ao combate a pandemia da doença COVID-19”.
No documento, feito pelos técnicos do Município de Óbidos, pode ler-se que “cabe também à autarquia, no âmbito das suas atribuições, em especial nas da área da saúde, protecção civil e promoção do desenvolvimento, a necessidade de conter a crise empresarial perante os dados divulgados, que apontam na Região Oeste para um aumento de 10 mil desempregados e 40 mil trabalhadores em lay-off, consequência directa da pandemia da doença COVID-19, o que conduz à necessidade de apoiar directamente as empresas, através do pagamento mais rápido da sua facturação emitida ao Município”.