“Queremos transformar Óbidos num Museu para todos”

Protocolo entre Município de Óbidos e a Universidade Lusófona

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A Câmara de Óbidos e a Universidade Lusófona assinaram, ontem, 22 de Junho, um protocolo de colaboração que tem como objectivo final “transformar Óbidos num Museu”, diz o presidente da Câmara Municipal, alargando este conceito aos vários espaços expositivos, ligando as novas tecnologias.

O protocolo visa a constituição de uma relação de cooperação entre a Universidade Lusófona e o Município de Óbidos para o desenvolvimento de projectos conjuntos de interesse comum, em particular, no domínio de investigação e desenvolvimento de projectos culturais, artísticos e de sustentabilidade, por via do Design e dos Novos Média.

Humberto Marques explica que é preciso “transformar a nossa rede de museus do ponto de vista mais conceptual”, sublinhando a necessidade de “repensar a dinâmica dos museus”. O presidente da Câmara Municipal afirma que “Óbidos é muito percepcionado pelo seu perímetro muralhado, mas Óbidos é muito mais do que isso” e, neste momento, as questões são “como é que nós podemos aproveitar este património e fazer um transvaze a nível do território e colocar as novas tecnologias ao serviço de todos e como é que podemos captar todas as pessoas, das mais às menos eruditas”. “A ambição é grande, mas foi isso que uniu o Município de Óbidos e a Universidade Lusófona e a assinatura deste protocolo”, concluiu.

Por seu lado, Conceição Soeiro, da administração da Universidade Lusófona, afirma que esta instituição de ensino “assume, hoje, um papel cada vez mais activo e interventivo na sociedade civil, procurando criar sinergias e assumindo o compromisso de agente de desenvolvimento local e regional, através das parcerias e protocolos estabelecidos com as autarquias e outros agentes locais”. A responsável entende que este tipo de parcerias permitem “dar passos decisivos na concretização dos objectivos traçados na Agenda 2030 da União Europeia, constituindo-se as autarquias e outros agentes locais como centros catalisadores de desenvolvimento e promoção da coesão territorial no nosso País”.

Em resumo, este projecto interdisciplinar recupera e expande a ideia de museu celebrizada no cartaz Óbidos, Museu de Portugal (1931) de Abílio de Mattos Silva. A intenção de criar um “museu-vivo” é há muito procurada, com particular atenção à última década, quando os museus são cada vez mais um espaço de cidadania, construção, emancipação, para além da sua função estrita de exibição de trabalhos artísticos, documentos e objectos históricos.

Assim, através de uma série de iniciativas com durações variadas – curta, média e longa – este projecto pretende avançar com um museu que vai para além dos locais expositivos ou de residência temporária, e que possa dar vida à vila e à região, preservando e potenciando tradições locais, regionais e nacionais.

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