“Queremos um espaço que procure criar verdadeiras oportunidades para a Amoreira”

Assinatura do auto de consignação da Casa dos Seixos

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Arrancam esta segunda-feira, dia 12 de Julho, as obras de reabilitação da Casa dos Seixos, na Amoreira, Óbidos, orçadas em 486 mil euros e que deverão estar concluídas dentro de 9 meses. A garantia foi dada pelo adjudicatário da obra, Filipe Marques, na cerimónia de assinatura do auto de consignação que decorreu ontem, 6 de Julho, na Casa dos Seixos. Este edifício servirá de instalações para a Junta de Freguesia da Amoreira, assim como de espaço de activação comunitária.

Para o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, “estamos perante o início de uma obra há muito desejada, mas registo que o Partido Socialista, na Câmara, tenha votado contra esta obra”. Segundo Humberto Marques, mais do que o edifício, o importante “é, sobretudo, aquilo que se pode ter dentro deste espaço físico, que é um espaço de activação do território da Amoreira, que procura criar uma certa disrupção com as rotinas”. “Por outro lado, [pretende] ser um espaço que congregue e que crie comunidade”, afirma, sublinhando a ideia de “um espaço que procura criar verdadeiras oportunidades, ampliando aquilo que temos feito com o Espaço Ó e que já vai com mais de uma centena de empregos criados”. “Procura-se também que seja um edifício para os serviços que a Junta de Freguesia presta”, conclui.

Uma ideia aplaudida pela presidente da Junta de Freguesia da Amoreira. Para Vanessa Rolim, “esta é uma obra que já é longínqua e muito importante para a Amoreira, não só porque temos parcas instalações em termos de Junta de Freguesia, mas também porque queremos construir aqui um pólo em termos de desenvolvimento do território”.

Segundo a memória descritiva da obra, a intervenção que se pretende realizar baseia-se “nos princípios da intervenção mínima, da compatibilidade e da reversibilidade como meio de respeitar, preservar e recuperar os valores estéticos, históricos, arquitectónicos e urbanísticos inerentes aos edifícios de valor patrimonial”. Ou seja, “a decisão foi a de afastar opções arquitectónicas de ruptura”, optando-se “pela reabilitação do existente e pela reconstrução dos elementos irrecuperáveis ou em falta”.

Ainda segundo o mesmo documento, “o projecto elaborado teve em atenção o pleno respeito pela história, pelas características do edificado e pelos seus sistemas construtivos, procurando soluções minimamente invasivas que, no entanto, garantam o cumprimento da legislação em vigor, nomeadamente no que se refere à segurança e conforto adequados ao tipo de utilização previsto”.

“Pretende-se também que o tipo de intervenção a realizar possa constituir um exemplo de boas práticas e uma forma de contributo para promover saberes ligados à construção tradicional que estão seriamente em risco de se perderem”, refere a memória descritiva.