O presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, identificou hoje Óbidos como uma marca e afirmou que são as singularidades do território que o tornam diferente e fazem com que as pessoas se desloquem para as conhecer. A afirmação foi proferida durante a sessão “Storytelling do Território” do FOLIO – Festival Internacional de Literatura de Óbidos.
“As singularidades associadas ao storytelling fazem a diferenciação do território”, disse o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal. O turismo literário, em Óbidos, foi apontado como um bom exemplo. “Hoje, a cultura, o espiritual e o lifestyle estão associados a Portugal e ao Centro de Portugal. O FOLIO reposicionou a marca literatura.”
Pedro Machado recordou que, durante muitos anos, Portugal dependia de três destinos turísticos – Algarve, Madeira e Lisboa – e posicionava-se como um destino de sol, praia e golfe, associado à sazonalidade. “Esta alteração através da diferenciação, de que o turismo literário é um exemplo, traz uma vantagem enorme.” Património, saúde e bem-estar e natureza são outras características que destacou no território português.
Quanto ao Centro de Portugal, Pedro Machado reconheceu que existe uma “dificuldade de consolidação”. “Enquanto Óbidos é uma marca, pensar o Centro é pensar algo que fica entre o norte e o sul, o este e o oeste. Não temos uma perceção imediata de uma geografia”, admitiu. Apesar disso, disse que o Centro tem boas marcas comerciais que projetam o território, como a Vista Alegre e Bordalo Pinheiro. “São cartões-de-visita, nacionais e internacionais, que remetem o consumidor para onde foi fabricado.”
“Hoje, as pessoas querem ouvir histórias”, confirmou Edson Athayde, CEO e diretor criativo da FCB Lisboa, que integrou o painel de oradores, moderado por Telmo Faria, ex-presidente da autarquia e um dos mentores do FOLIO. “Se vou vender um pacote de leite, tenho de ter uma história boa para contar. Há uns anos, isso não era tão relevante”, sublinhou. A este propósito, explicou que hoje as pessoas gostam de contar histórias das suas viagens, porque sabem que alguém as vai ler. “Contam-nos coisas que nos fazem pensar e falam-nos de emoções.”
Edson Athayde lembrou ainda que os povos latinos dão muita importância à palavra. “O silêncio não faz parte do nosso ADN”, observou. “Os italianos fazem isso com a palavra e com as mãos”, exemplificou. “A palavra cura e um elogio, para nós, é muito importante. O latino sofre muito com uma crítica. Um alemão acha que a crítica faz parte”, referiu. Destacou ainda a importância da imagem. “São biliões e biliões de palavras publicadas nas redes sociais e cada vez tem mais emojis. Qualquer dia serão palavras.”
Informações em obidos.pt e foliofestival.com.