Está patente na Galeria de Exposições do piso 2 do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a exposição “Retratos (não) caducados” de Uli Schmidt, fotógrafo alemão residente na vila de Óbidos. Uma homenagem às mulheres com cancro da mama desta unidade hospitalar.
“Poder expor este trabalho traz consigo também uma simbologia à qual não consegui ficar indiferente, devido ao facto de esta ter sido uma das instituições hospitalares mais fustigadas pela pandemia”, conta o fotógrafo.
“Fiquei impressionado com as filas e com a quantidade de pessoas à espera à porta deste hospital, há uns meses, durante o pico da pandemia. O surto pandémico obrigou-nos a abrandar e foi um momento único para pensarmos sobre as nossas vidas”, explica Uli Shmidt.
A mostra baseia-se em fotografias (cartazes) sobrepostos e rasgados, que contam diversas histórias e que, acima de tudo, refletem a rapidez e o consumismo existentes na nossa sociedade.
Esta iniciativa inclui-se num conjunto de atividades que a Associação Amigas do Peito está a desenvolver para assinalar este mês – chamado Outubro Rosa – dedicado à sensibilização para o cancro da mama.
“Estes são retratos complexos, que têm várias interpretações, que escondem várias histórias. E toda a mulher ou homem, tem sempre algo que não quer revelar. Devido à Covid-19 tivemos muita gente que se isolou, que se escondeu, e que chegou com cancro avançado ao nosso hospital”, esclarece Emília Vieira, presidente da associação.
Os textos que acompanham as fotografias, e que também integram a exposição, são da tunisina Amina Bouyahia.
Caso alguma peça se venda, metade do dinheiro será doado à Amigas do Peito. A exposição está aberta ao público até 31 de Outubro, com entrada gratuita.