Centro Interpretativo da Lagoa de Óbidos abriu ontem portas ao público

Com o apoio das Câmaras Municipais de Óbidos e Caldas da Rainha

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O Centro Interpretativo da Lagoa de Óbidos (CILO), um dos projetos vencedores do primeiro Orçamento Participativo Portugal, realizado em 2017, abriu portas no domingo passado, dia 12 de Junho, na Avenida do Mar, na Foz do Arelho, com o apoio das Câmaras Municipais de Óbidos e Caldas da Rainha.

O projeto, promovido pela associação cívica ‘Conselho da Cidade’, é coordenado pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que em 2017 o apresentou um conjunto de ferramentas informativas de apoio à interpretação da lagoa de Óbidos, visando contribuir para a sua proteção e a transmissão do património natural e cultural às gerações futuras.

“Estávamos em 2017 quando o Conselho da Cidade – Associação para a Cidadania propôs no âmbito do Orçamento Participativo Portugal (OPP) a ideia de criação de um Centro de Interpretação para a Lagoa de Óbidos, que criasse e disponibilizasse ao visitante um conjunto de ferramentas informativas de apoio à interpretação do lugar e da sua história de relação com as comunidades locais, ao mesmo tempo que contribuísse para a proteção, valorização e transmissão do património natural e cultural locais às gerações futuras”, escreve a LPN em comunicado.

A ideia foi das mais votadas e o projeto mereceu o apoio financeiro da FCT e da Ciência Viva para a sua concretização. Coordenado pela Liga para a Proteção da Natureza, e contando com a parceria dos municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos e do Conselho da Cidade, o projeto ganhou forma.

Criaram-se ferramentas pedagógicas e um programa escolar e dinamizaram-se ações destinadas a diferentes públicos, não só para a divulgação da Lagoa de Óbidos como para a criação de conhecimento sobre ela.

Ao longo de três anos, mais de 1400 pessoas tiveram contacto direto com o projeto, envolvendo-se ou participando nas suas dezenas de atividades dinamizadas um pouco por todo o território em volta da laguna – sessões de informação, passeios temáticos, debates, palestras, aulas abertas, ações de formação, ateliers, ações de voluntariado, ciência cidadã e atividades de educação ambiental.

De um projeto nasceram outros, que inicialmente não estavam previstos, mas cujos resultados viriam a enriquecer a Lagoa de Óbidos.

Reuniu-se informação diversa que até então se encontrava dispersa por diferentes arquivos, alguns deles pessoais. Um trabalho que culminou com o envolvimento do Instituto de História Contemporânea / Centro República (NOVA FCSH), da associação KEEP e de toda a comunidade, resultando no projeto paralelo “Memórias da Lagoa de Óbidos”.

Mais de meia centena de membros da comunidade local partilharam as suas histórias, recordações e objetos que, devidamente contextualizados, se tornaram fundamentais para conhecer e compreender a história da Lagoa de Óbidos, integrantes do seu património e parte vital da identidade e comunidades locais. Informação que de outra forma perderíamos com o passar do tempo e que agora se disponibiliza a toda a comunidade e visitantes.

Com um orçamento previsto de 97 831,40 €, o projeto “Centro de Interpretação para a Lagoa de Óbidos” não incluía infraestrutura, pelo que os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos mobilizaram-se para a identificação de um espaço que pudesse acolher a informação reunida com o projeto para a divulgação e interpretação do património natural e histórico-cultural da Lagoa de Óbidos.

O edifício que hoje acolhe o Centro de Interpretação, localizado na Av. do Mar, na Foz do Arelho, é parte integrante do património edificado da Autoridade Marítima Nacional. Foi cedido ao município das Caldas da Rainha para a criação deste ponto de encontro com a comunidade local e com o visitante.

A sua abertura foi marcada pela inauguração da exposição “Mariscadores da Lagoa de Óbidos”, integrada no projeto fotográfico “As Pessoas fazem os Lugares”, com fotografias de João Botas e textos de Ricardo Botas. Um projeto que também mereceu o apoio do Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos no contacto com os mariscadores locais.

Cartaz exposição Mariscadores da Lagoa de Óbidos