Nos Museus de Óbidos (Municipal, Paroquial e Abílio), para além de encontrar três coleções de arte – pintura, objetos de culto e cenografia/figurinismo – vai encontrar artefactos que se destaquem pela sua história e pela importância que tiveram na vida da comunidade.
Este mês de junho falamos da escultura de São João Baptista (Escola de Coimbra, meados do séc. XV – escultura em pedra policromada e dourada).
Santo António, São João e São Pedro são os três célebres santos populares. O sexto mês do ano homenageia todos eles e, a cada um, encontram-se associadas as mais diversas tradições. Os Museus d’Óbidos dão destaque este mês, a São João Baptista.
O percursor de Jesus Cristo, último profeta da Antiga Lei, primeiro mártir do Cristianismo. Filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem Maria. Cedo se retirou para o deserto, onde terá levado vida ascética e de penitência. Estava a batizar crentes no Jordão, quando Jesus se fez batizar por ele. Logo O reconheceu como Cordeiro de Deus, o Messias anunciado pelos Profetas.
São João Baptista após censurar e acusar publicamente de adultério, Herodes Antipas, foi preso e posteriormente degolado. Padroeiro dos alfaiates, dos peleiros e dos correeiros, alusão ao vestir-se a si próprio, usando a pele de carneiro e um cinto de couro. Devido ao martírio, é padroeiro dos presos e dos condenados à morte.
A sua festa litúrgica realiza-se a 24 de Junho.
A imagem representa uma figura masculina, apresentada de forma rigorosa e hierática como era comum na imaginária gótica, com o rosto barbado e semblante sereno, trajando um velo de lã dourado sobre uma veste vermelha. A mão direita aponta para o cordeiro místico, o sinal da salvação, representado num signo em forma discóide, suportado na mão esquerda.
A imagem de São João Baptista, conhecida por São João do Mocharro, topónimo dado ao arrabalde do lado poente da vila de Óbidos, é uma das peças mais singulares da escultura tardo-gótica da estremadura e insere-se num estilo de produção quatrocentista da região de Coimbra.
Antigamente colocada num nicho da capela-mor da igreja de que era orago, actual ermida de Nossa Senhora do Carmo, foi trasladado em 1636 para a antiga Capela de São Vicente da Gafaria, com a transferência da colegiada e sede de paróquia para junto da Porta da Vila de Óbidos. Hoje Igreja de São João Baptista – Museu Paroquial de Óbidos.