O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, destacou, durante a tarde de hoje, dia 13, o legado de José Pinho como mentor do FOLIO – Festival Internacional de Literatura de Óbidos, por celebrar o livro e a leitura. “Óbidos mostra como a Cultura pode ser um fator de diferenciação dos territórios, e como se pode qualificar a vila através de uma dimensão cultural que, por vezes, não é vista como uma âncora para o desenvolvimento, que é o livro.”
“A ideia de construirmos uma festa em torno do livro é uma forma de preservarmos a leitura e a relação quase afetiva com os livros, que é das formas mais perenes de civilização e de liberdade”, afirmou o ministro da Cultura, após uma visita ao festival literário. “É uma espécie de último reduto da liberdade, uma tecnologia muito antiga, mas também muito resistente, mesmo quando parece muito ameaçada.”
Reconhecido a José Pinho pela forma como abriu as portas à leitura e construiu livrarias com um perfil diferente, numa altura em que se formava como leitor, Pedro Adão e Silva disse que o editor da Ler Devagar, que faleceu este ano, “reinventou a relação com os livros e mostrou que há possibilidades sempre a explorar na relação dos leitores com os livros e na capacidade de fidelizar os leitores e trazer novos leitores”.
“Esse é um legado inestimável do José Pinho e este festival deve-lhe muito”, observou o ministro da Cultura. “Este ano é a forma de celebrarmos a sua memória e a alegria imensa de viver através dos livros”, acrescentou. Após uma visita de cerca de três horas ao FOLIO, Adão e Silva lamentou não poder assistir à conversa entre o autor inglês Geoff Dyer e João Tordo sobre o tema “Fim”. “Li logo em inglês ‘Os últimos dias de Roger Federer’ e recomendo vivamente”. Teve ainda tempo para comprar um pequeno livro de John Raskin, também em inglês, sobre arte, na Livraria do Mercado.
Honrado com a visita do ministro no FOLIO como “entusiasta da literatura”, o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Filipe Daniel, manifestou-se satisfeito por Adão e Silva ter destacado a importância de Óbidos no panorama nacional. O autarca revelou ainda que, durante a conversa sobre “O papel dos festivais literários na promoção da literacia do território”, foi manifestada a intenção de criar uma rede de cidades literárias, que envolva o FOLIO, o festival Utopia, em Braga, e o 5L, em Lisboa, para disseminar estes eventos e democratizar a cultura. “Queremos potenciar o projeto literário, em datas próximas, para que os autores internacionais possam circular entre os três eventos”, explica.
