Exposição do FOLIO Ilustra poderá “colorir” outros pontos do País

FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos

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Silvestre Lacerda, diretor-geral da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, assumiu hoje, 16 de Outubro, o compromisso de contactar responsáveis da área cultural para levar o PIM! – Mostra de Ilustração para Imaginar o Mundo a outros pontos do País. O anúncio foi feito durante a inauguração da exposição comemorativa dos 50 anos da Galeria Ogiva, em homenagem ao escultor José Aurélio, após José Pinho, um dos mentores do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, ter lançado esse repto.

“Vamos levar Óbidos para fora e mostrar aquilo que os artistas portugueses, que têm vindo a afirmar-se nacionalmente e internacionalmente, são capazes de fazer”, afirmou Silvestre Lacerda, em resposta a José Pinho, curador do FOLIO Mais, que defendeu que a exposição devia ser itinerante, na presença do secretário de Estado da Cultura.

O secretário de Estado da Cultura usou da palavra antes para saudar o regresso do FOLIO “ao vivo e a cores” e recordar a primeira conversa com José Pinho, quando o editor da Ler Devagar propôs transformar Óbidos numa vila literária. “Olhei para o [José Eduardo] Agualusa e pensei: não estou a ver nada disto”, revelou. Desde então, o FOLIO já vai na quinta edição.

50 anos da galeria Ogiva

José Aurélio confessou sentir-se emocionado ao recordar os 50 anos que passaram desde que abriu a Galeria Ogiva, no espaço onde decorre o PIM!, e onde estão expostas algumas das suas obras, que serviram de inspiração a mais de 40 ilustradores que participam na iniciativa. “É muito tempo, mas não é tempo nenhum”, observou. “Apraz-me ver esta casa cheia novamente e estar representado nesta exposição, e lembrar os amigos que me ajudaram com esta obra, que já partiram e estão à minha espera.”

“Temos aqui uma exposição de excelência, centrada na obra de José Aurélio, tal como o PIN! nos habituou”, disse o vereador da Câmara Municipal de Óbidos, José Pereira, que se referiu ao espaço como sendo também ele uma “obra de arte, onde o Outro tem lugar, entre as ilustrações e a arte contemporânea”. Já a curadora do FOLIO Ilustra, Mafalda Milhões, acrescentou que a intenção da exposição é “criar lugares de leitura”. “Criámos um território para vocês apreciarem.”

Durante a inauguração foi entregue o Prémio Nacional de Ilustração 2021 a André Carrilho, autor e ilustrador do livro “A menina com os olhos ocupados”. “Este livro é o resultado de um auto de fé da minha mulher, da minha mãe e dos meus filhos, que me diziam: ‘vai trabalhar para acabar o livro’”, contou. “O prémio veio validar o esforço que a minha família fez.”

Receberam menções honrosas os ilustradores Joana Estrela (livro “Aqui é um bom lugar”) e Eduarda Lima (livro “O protesto”) e foram atribuídas menções especiais a Suzana Dinis e a Pedro Adamastor (livro “Eu sou o lobo, o rei da floresta portuguesa”) e a Nicolau (livro “Primeiro direito”). O Prémio Nacional de Ilustração de 2020 foi atribuído a Bernardo Carvalho, pela ilustração do llivro “Hei, Big Bang (Ninguém disse que era fácil)”.

Antes da inauguração, elementos da Banda Filarmónica de Óbidos interpretaram a música “Try Out” desde a porta da vila até à porta da Galeria Ogiva, na Rua Direita, tal como sucedeu 51 anos antes, quando foi inaugurada.

Informações em obidos.pt e foliofestival.com.